Shallow Regrets: Review Completa da Prévia Exclusiva do Jogo Que Chega em Maio - Mundo Tabuleiro

Shallow Regrets: Review Completa da Prévia Exclusiva do Jogo Que Chega em Maio

Shallow Regrets

Quando ouvi falar pela primeira vez de Shallow Regrets, confesso que não esperava muita coisa. Um jogo de bolso com apenas 18 cartas, previsto para lançamento em maio, parecia pequeno demais para causar impacto. Mas aí veio a surpresa: recebi uma prévia exclusiva do jogo antes da campanha no Kickstarter, e o que parecia só mais um microgame virou uma das experiências mais inteligentes e temáticas que já joguei em um jogo desse tamanho.

No meio de uma tarde qualquer, em um encontro de jogatina com a galera da comunidade de board games da minha cidade, um amigo me ajudou a montar a mesa com essa versão de preview. “Vamos dar uma pescada?”, ele brincou. E o que seguiu foi uma partida rápida, intensa e cheia de decisões difíceis envolvendo criaturas marinhas bizarras que pareciam ter saído direto de um conto do Lovecraft. Shallow Regrets não só me fisgou — foi uma verdadeira puxada de linha emocional e estratégica.

É aí que entra a beleza desse jogo: ele é pequeno no tamanho, mas gigante em possibilidades. Ele brinca com suas expectativas, oferece decisões interessantes, e ainda entrega uma estética única, meio grotesca, meio cômica, que me fez lembrar das tardes lendo Call of Cthulhu RPG e imaginando o que poderia morar nas profundezas do oceano.

Com mais de 15 anos de estrada testando jogos, escrevendo análises e colecionando histórias com jogadores ao redor do país, posso afirmar: Shallow Regrets é aquele tipo de surpresa que você quer ter no bolso. Literalmente. E neste artigo, você vai descobrir por quê.

O que é Shallow Regrets? Um Pocket Game com Alma de Gigante

Se você já conhece a Button Shy, sabe que eles são mestres em criar experiências completas com apenas 18 cartas. Mas Shallow Regrets vai além. Ele não é apenas um microgame — ele é uma versão destilada de um universo maior, nascido a partir de Deep Regrets, e reimaginado por Judson Cowan para caber na palma da sua mão sem perder o sabor sombrio do original.

Em Shallow Regrets, de 2 a 4 jogadores (ou solo, com a expansão “The Fisher & The Food”) assumem o papel de pescadores em busca de criaturas bizarras e valiosas. Cada rodada é uma nova expedição: você puxa duas cartas de um “cardume” — sim, é isso que a gente chama as pilhas de compra no jogo — e escolhe uma para manter. Parece simples, né? Mas a coisa se complica quando você precisa de um número suficiente de “anzóis” nos seus peixes anteriores para segurar os mais fortes. Não tem anzol? O bicho escapa. Literalmente.

É um sistema engenhoso de progressão. Você começa pequeno, pega umas criaturas mais tranquilas (se é que dá pra chamar algo com tentáculos e três fileiras de dentes de “tranquilo”), e vai construindo uma base para fisgar os monstros mais parrudos no final. Cada peixe tem habilidades especiais, que podem ser ativadas ao exauri-los — ou seja, você vira a carta de lado, e aquilo ali vira uma engrenagem a mais no seu motorzinho de jogo.

O twist? Alguns desses peixes são “foul”, os chamados peixes estragados. Eles podem até valer uma grana, mas acumulá-los demais causa uma penalidade feia no fim da partida. É aquela clássica tentação do risco-recompensa — será que vale correr atrás da criatura mutante com valor alto ou jogar mais seguro com algo menos apodrecido?

Essa dinâmica de escolher o que manter, o que arriscar, e quando ativar cada poderzinho cria uma experiência super estratégica, mas que se resolve em menos de 20 minutos. Ideal para levar em convenções, viagens ou até como “jogo de aquecimento” antes de uma mesa mais pesada.

Shallow Regrets

*fotos site oficial Button Shy

Experiência de Jogo: Decisões Difíceis, Risadas Nervosas e Rejogabilidade Surpreendente

A primeira partida de Shallow Regrets foi marcada por muita conversa entre os jogadores. É engraçado como algo tão simples em estrutura pode criar tantos momentos de tensão e risada. Quando alguém puxa duas cartas e começa a pensar alto — “Esse aqui tem 3 de força, mas me dá mais anzóis… Mas esse outro… olha essa habilidade!” — você percebe que está diante de um jogo que instiga.

Cada carta carrega decisões. Manter ou devolver? Usar o poder agora ou guardar para mais tarde? E claro, sempre há aquela dúvida cruel: “Será que essa criatura vale o risco do meu barco apodrecer com tanto peixe podre?”

Essa mecânica do “foul fish” é genial. Ela adiciona um tempero psicológico no jogo: alguns jogadores vão evitar a todo custo, enquanto outros — como um dos meus amigos que AMA blefar — vão acumular deliberadamente os bichos estragados só pra ver a galera suar frio achando que ele está ganhando. E às vezes ele está. E às vezes, não. E é aí que mora a graça.

Mesmo jogando várias vezes seguidas, Shallow Regrets continua oferecendo experiências diferentes. A ordem dos peixes muda tudo. E como as habilidades interagem entre si, sempre surge uma nova “sinergia” que você quer explorar. Fora que o jogo tem uma vibe bem “pegue e jogue”, ótimo pra quem não quer gastar meia hora lendo manual.

Além disso, com a expansão solo (que eu testei rapidinho também), o jogo ganha vida própria. Não é só um modo “isolado” jogado contra pontuação — tem desafios específicos, regras adicionais, e aquele climão de pescador solitário enfrentando horrores marinhos em silêncio. Recomendo demais pra quem curte solo games.

Shallow Regrets

*fotos site oficial Button Shy

Arte, Componentes e Portabilidade: Uma Beleza Macabra em 18 Cartas

Uma das coisas que mais me pegou de surpresa em Shallow Regrets foi o visual. Mesmo sendo um jogo super compacto — são só 18 cartas, afinal — o cuidado com a arte é evidente. Cada peixe bizarro é uma pequena obra de arte grotesca, com detalhes que parecem sair de um diário de pescador enlouquecido depois de uma noite no Triângulo das Bermudas. E isso é um baita elogio.

A arte, assinada pelo próprio Judson Cowan (que também é o designer do jogo), tem uma pegada cartunesca e colorida, mas ao mesmo tempo… desconfortável. Sabe aquele tipo de ilustração que te faz rir e, ao mesmo tempo, olhar de novo só pra ter certeza de quantos olhos aquela criatura tem? É esse o tipo de vibe aqui. E funciona perfeitamente dentro da proposta do jogo.

Os ícones são claros, fáceis de interpretar, e mesmo com o uso de símbolos para habilidades, a curva de aprendizado é super suave. Em duas rodadas, todo mundo na mesa já está dominando a linguagem visual. Isso é essencial em jogos rápidos, onde a fluidez da experiência precisa vir antes da complexidade.

Agora, falando de portabilidade: esse jogo é o sonho de qualquer boardgamer que vive carregando jogos pra todo lado. O estojo da Button Shy é aquele clássico vinil compacto que cabe literalmente no bolso da calça. Dá pra levar pra bares, viagens, filas de evento, ou até mesmo jogar na pausa do almoço. Eu mesmo testei ele numa cafeteria barulhenta com três jogadores e funcionou perfeitamente, sem necessidade de tabuleiro, tokens ou qualquer componente extra.

Esse tipo de proposta — um jogo completo, imersivo e bonito, condensado em algo que pesa menos que um celular — é o que faz a Button Shy se destacar. Eles não estão tentando competir com euros gigantes ou ameritrashes com mil miniaturas. Eles sabem exatamente o que querem entregar, e fazem isso com excelência.

Além disso, essa estética de “terror leve” é bem versátil. Serve tanto para jogadores mais experientes (como eu e o pessoal do clube) quanto para quem está começando e quer algo diferente do arroz com feijão dos fillers tradicionais. Inclusive, joguei com minha sobrinha de 12 anos — ela adorou o “peixe bolha com dentes” e ficou indignada quando perdeu por excesso de peixe podre.

Shallow Regrets

*fotos site oficial Button Shy

Vale a Pena Ficar de Olho em Shallow Regrets?

Com toda a experiência que tenho testando jogos, posso dizer com tranquilidade: Shallow Regrets é aquele tipo de título que parece pequeno demais pra fazer barulho, mas quando você joga… ele grita. Grita com tentáculos, olhos extras e um sorrisinho torto de peixe que provavelmente está planejando alguma coisa. E isso é ótimo.

Ele entrega uma proposta clara: partidas rápidas, cheias de decisões interessantes, com uma pitada deliciosa de humor ácido e horror leve. Tudo isso em um pacote de 18 cartas que você pode levar literalmente pra qualquer lugar. A experiência solo adiciona ainda mais profundidade, e o visual cativa tanto quanto intriga.

Se você curte jogos de bolso que surpreendem com profundidade mecânica, ou se está procurando algo inusitado pra carregar pra eventos, encontros e viagens, esse jogo é um achado. Ele vai agradar tanto fãs de microgames quanto jogadores mais estratégicos que não abrem mão de boas escolhas em pouco tempo.

E o melhor de tudo? Shallow Regrets chega oficialmente em maio, via campanha no Kickstarter — e se você, como eu, gosta de apoiar ideias criativas e bem executadas, vale muito a pena acompanhar. Eu tive o privilégio de receber uma prévia exclusiva e posso garantir: esse é daqueles jogos que você vai mostrar pros amigos com um sorriso no rosto… e talvez um pouco de peixe podre na sacola.

Fica a dica final: assine a notificação de lançamento no Kickstarter, garanta seu lugar na fila e prepare-se para pescar monstros com estilo — e estratégia. Porque no fim do dia, arrependimentos rasos ainda valem mais do que não jogar algo tão legal quanto Shallow Regrets.

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