Introdução: “Um euro game sobre economia japonesa? Ah, deve ser só mais um… certo?”

Foi exatamente o que eu pensei quando ouvi falar de Nippon pela primeira vez, lá em meados de 2017. Um jogo com arte discreta, tema histórico denso e publicado por uma editora conhecida por títulos complexos como Madeira e ZhanGuo. A expectativa era clara: mais um euro econômico onde você empilha cubos, sobe em trilhas e, no final, tenta converter tudo em pontos de vitória como um bom contador industrial do século XIX.

Mas aí veio a surpresa.

Na primeira partida, percebi que Nippon não era “só mais um euro game”. Ele era diferente. Não por reinventar a roda, mas por fazer cada engrenagem rodar com uma precisão cirúrgica, como se cada decisão estivesse costurada num delicado tecido histórico da Era Meiji. A sensação era de estar participando ativamente da industrialização do Japão, expandindo minha influência com trens e navios, construindo fábricas especializadas e tentando abocanhar a maioria nas regiões mais lucrativas do país. Tudo isso, claro, enquanto tentava não falir por conta de trabalhadores coloridos demais — e caros demais.

E por que eu, um apaixonado por jogos de tabuleiro há mais de 15 anos, que participa ativamente de comunidades como Ludopedia, BGG e grupos de jogatinas locais, venho aqui compartilhar essa resenha?

Porque Nippon é um jogo que me surpreendeu — e surpreende até hoje. Seja pela profundidade estratégica, pela fluidez da partida ou pelo equilíbrio afiado das mecânicas. E se você, assim como eu, adora jogos que desafiam o cérebro sem perder a elegância, pode estar prestes a descobrir sua nova obsessão.

Mergulhando no Japão Meiji: A Ascensão dos Zaibatsu

No final do século XIX, o Japão passou por uma transformação sem precedentes, saindo de um sistema feudal para se tornar uma potência industrial moderna. Em “Nippon”, você assume o papel de um dos grandes Zaibatsu, conglomerados que foram fundamentais nesse processo de modernização. Seu objetivo é expandir sua influência econômica, construir fábricas, investir em tecnologia e dominar o mercado interno e externo.

O jogo é ambientado em um mapa do Japão dividido em quatro regiões, cada uma com suas peculiaridades e oportunidades. Você precisará tomar decisões estratégicas sobre onde investir, quais fábricas construir e como distribuir sua influência para maximizar seus pontos de vitória.

Dominando as Mecânicas: Como Jogar “Nippon”

“Nippon” é um jogo de estratégia econômica para 2 a 4 jogadores, com duração média de 90 minutos. A cada turno, você pode escolher entre duas ações: pegar um trabalhador para realizar uma ação específica ou consolidar suas operações.

Ações Disponíveis

• Conhecimento: Invista em conhecimento para desbloquear fábricas mais avançadas.
• Mineração: Aumente sua produção de carvão, essencial para operar suas fábricas.
• Investimento: Construa novas fábricas para diversificar sua produção.
• Maquinário: Melhore suas fábricas com maquinário moderno, aumentando sua eficiência.
• Produção: Ative suas fábricas para produzir bens que serão usados em contratos ou no mercado interno.
• Trens e Navios: Expanda sua rede de transporte para aumentar sua influência nas regiões.
• Exportação: Cumpra contratos internacionais para ganhar pontos e recursos.
• Mercado Interno: Forneça bens para as cidades japonesas, colocando marcadores de influência e ganhando bônus regionais.Ludopedia – Portal de jogos de tabuleiro

Consolidação

Quando você decide consolidar, descarta seus recursos atuais e recebe novos com base em seus níveis de dinheiro e carvão. Além disso, pode receber recompensas do Imperador se tiver trabalhadores suficientes, mas também precisa pagar salários, o que pode custar pontos de vitória se não tiver dinheiro suficiente.

Estratégias para o Sucesso: Dicas de um Jogador Experiente

Após várias partidas de “Nippon”, percebi que o jogo recompensa planejamento cuidadoso e adaptação às circunstâncias. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudá-lo a dominar o jogo:

1. Foque nas Regiões-Chave

Cada região oferece bônus diferentes. Por exemplo, Tohoku fornece blueprints adicionais, enquanto Kansai oferece pontos de vitória extras. Identifique quais regiões se alinham com sua estratégia e concentre seus esforços nelas.HogoNextHogoNext+2Ludopedia – Portal de jogos de tabuleiro+2Ludopedia – Portal de jogos de tabuleiro+2

2. Diversifique sua Produção

Embora seja tentador especializar-se em um tipo de bem, diversificar sua produção permite atender a diferentes demandas do mercado interno e contratos de exportação. Isso também ajuda a evitar a competição direta com outros jogadores.

3. Gerencie seus Recursos com Sabedoria

Mantenha um equilíbrio entre dinheiro, carvão e conhecimento. Investir demais em uma área pode deixá-lo vulnerável em outras. Além disso, planeje suas consolidações para evitar penalidades e maximizar suas recompensas.

4. Antecipe as Ações dos Oponentes

Observe as estratégias dos outros jogadores e tente antecipar seus movimentos. Se perceber que alguém está focando em uma região específica, considere bloquear suas ações ou investir em outras áreas para evitar conflitos diretos.HogoNext

Conclusão: Vale a Pena Jogar “Nippon”?

“Nippon” é um jogo que combina história, estratégia e tomada de decisões complexas de forma magistral. Embora possa parecer intimidador no início, especialmente para jogadores menos experientes, ele oferece uma experiência rica e gratificante para aqueles dispostos a mergulhar em suas mecânicas. Se você aprecia jogos que desafiam sua capacidade de planejamento e adaptação, “Nippon” certamente merece um lugar na sua coleção.

Prepare-se para liderar seu Zaibatsu rumo ao domínio econômico do Japão Meiji!

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Pedro Henrique Schunz

Olá, eu sou Pedro Henrique Schunz e tenho uma profunda conexão com os jogos de tabuleiro. Desde nossos primeiros encontros com clássicos familiares até as noites emocionantes de partidas estratégicas com amigos, cada dado lançado e cada carta virada moldaram nossa experiência única. Crescemos com os jogos, aprendemos com eles e, ao longo do caminho, construímos memórias inesquecíveis.