Sabe aquela sensação de sentar à mesa com seu grupo de jogos e sentir que algo especial está prestes a acontecer? Aquela combinação de antecipação, curiosidade e, talvez, um pouco de nervosismo? Foi exatamente assim que me senti ao abrir a caixa de John Company Second Edition pela primeira vez.
Eu sabia que estava diante de algo diferente. Não era só o peso físico da caixa ou o brilho dos componentes lindamente ilustrados. Era a promessa de um jogo que exigiria o melhor (e talvez o pior) de mim. Um jogo onde cada decisão seria um espelho da minha ambição, minha moralidade e minha habilidade de lidar com o inesperado.
Mas, honestamente, eu também estava com medo. John Company não é um jogo fácil — nem de entender, nem de dominar. Ele te coloca no centro de um mundo caótico, onde a sobrevivência da Companhia das Índias Orientais está nas mãos de todos na mesa. E quando digo “sobrevivência”, estou falando tanto da empresa fictícia quanto da sua reputação no grupo.
A primeira vez que joguei, fiquei com um nó na garganta em vários momentos. A cada rodada, tive que negociar, tomar decisões moralmente questionáveis e aceitar que, às vezes, perder pode ser o caminho para ganhar no futuro. Foi intenso. Foi inesquecível. Foi, sem dúvida, uma das experiências mais marcantes que já tive em um jogo de tabuleiro.
Se você está pronto para um jogo que vai testar sua mente, sua moral e suas amizades, John Company: Second Edition pode ser o jogo que você estava esperando. Vamos descobrir juntos o que faz essa obra-prima de Cole Wehrle ser tão única?
O Que é John Company second edition Uma Experiência Única no Tabuleiro
John Company Second Edition é mais do que um jogo de tabuleiro; é uma imersão completa em um período histórico fascinante e moralmente complexo. Criado por Cole Wehrle, o designer por trás de obras-primas como Root e Pax Pamir, este jogo desafia o conceito tradicional de “jogar para ganhar”.
No coração de John Company, está o dilema: trabalhar coletivamente para manter a Companhia funcionando ou manipular tudo para maximizar o lucro da sua família — mesmo que isso signifique a ruína do empreendimento. É um jogo que não só permite, mas encoraja escolhas antiéticas em prol do benefício pessoal.
Narrativa e História que Ganham Vida
A cada rodada, você assume o papel de uma família aristocrática que busca influenciar as operações da Companhia. A narrativa do jogo é profundamente conectada aos eventos históricos, trazendo à tona as tensões da era colonial. Não há como evitar os temas sombrios — colonialismo, exploração e poder. Este é um jogo que desafia tanto sua mente estratégica quanto sua bússola moral.
Eu lembro da primeira vez que “vendi minha alma” em uma negociação no jogo. Um jogador precisava de um favor urgente para aprovar uma decisão no conselho. Eu, sendo o “líder benevolente” naquele momento, concordei… em troca de uma soma obscena de dinheiro. Foi uma jogada brilhante, mas me deixou com um gosto amargo na boca. Assim como o colonialismo real, as vitórias em John Company second edition vêm a um custo.
Mecânicas Diferentes de Tudo o Que Você Já Viu
O que torna John Company second edition tão especial é como ele combina várias mecânicas de maneira orgânica:
- Negociação: Literalmente tudo no jogo pode ser negociado, desde cargos até favores.
- Gestão de Recursos: Você precisa equilibrar investimentos em sua família com a sobrevivência da Companhia.
- Sorte e Estratégia: Os dados podem atrapalhar seus planos, mas cabe a você mitigar os riscos.
Esses elementos criam uma experiência tão rica que, mesmo quando você perde, sente que participou de uma história inesquecível.
Negociação e Caos: O Coração de John Company
Se você gosta de jogos de negociação, vai se deliciar com John Company second edition. Se odeia, bom… prepare-se para sair da sua zona de conforto. Este jogo força todos os jogadores a interagir e negociar quase constantemente.
Na minha segunda partida, decidi tentar uma abordagem mais “altruísta”. A ideia era: “Vamos fazer a Companhia prosperar e dividir os lucros depois.” Ingênuo, eu sei. Em pouco tempo, percebi que enquanto eu fazia o trabalho pesado, outros jogadores estavam acumulando riqueza às minhas custas. Foi aí que o jogo me atingiu como um trem: a verdadeira habilidade aqui não é jogar bem, mas jogar as pessoas.
Como Funciona a Negociação?
Praticamente tudo é negociável:
- Cargos importantes: Quer ser o diretor da Companhia? Convença os outros de que você é a melhor escolha.
- Recursos: Emprestar dinheiro ou conceder favores pode garantir alianças estratégicas — ou trair você no final.
- Ações críticas: Decisões corporativas, como investir em novas rotas comerciais ou cortar custos, exigem consenso… ou subornos bem posicionados.
Lembre-se: não há amigos permanentes, apenas interesses permanentes. A dinâmica de cooperação e competição constante é o que torna cada partida única e inesquecível.

Aleatoriedade, Estratégia e o Risco dos Dados
Uma das críticas mais comuns a John Company é o uso extensivo de dados. Afinal, ninguém gosta de ver um plano cuidadosamente elaborado desmoronar por causa de uma rolagem ruim. Mas, na prática, os dados não são tão imprevisíveis quanto parecem.
Como os Dados Funcionam?
As rolagens de dados representam os riscos e incertezas de operar em um mundo caótico, como era a Índia colonial. Você pode:
- Mitigar riscos: Investindo mais recursos para aumentar suas chances de sucesso.
- Aceitar o fracasso: Usar uma falha para criar narrativas interessantes e, quem sabe, virar o jogo mais tarde.
Eu, pessoalmente, adoro essa dinâmica. Em uma partida recente, rolei um desastre crítico ao tentar abrir uma nova rota comercial. Perdi tudo, mas usei o incidente para negociar uma nova aliança. Foi um momento de reviravolta épico e hilário, que se tornou o ponto alto da noite.
Minha Experiência com John Company: Um Misto de Gênio e Caos Total
Ah, John Company… que montanha-russa de emoções. Eu poderia começar dizendo que é um jogo brilhante, mas seria injusto resumir minha experiência apenas nisso. Este é o tipo de jogo que te faz rir alto de uma jogada absurda, arrancar os cabelos por causa de uma negociação furada e, no final, questionar suas próprias escolhas de vida (tá, talvez eu esteja exagerando… ou não).
Lembro como se fosse ontem da minha primeira partida. Era um sábado à noite, aquele clima perfeito para um jogo pesado. Na mesa, o tabuleiro já estava montado, o chá já tinha virado café e as negociações começaram antes mesmo de a gente abrir o manual direito. Logo percebi que este não é um jogo onde você só move peças e espera o melhor. Aqui, você precisa usar a cabeça e a língua. Muito.
Na primeira rodada, fiz o clássico erro de iniciante: confiei demais em um “acordo de cavalheiros”. O resultado? Meu rival (que até então eu chamava de amigo) tomou a melhor posição na Companhia, enquanto eu fiquei tentando emendar meu orgulho ferido com uma xícara de chá frio. É aquele tipo de jogo que te lembra, sem piedade, que não há espaço para inocência.
Mas quer saber? Foi maravilhoso.
A mágica de John Company está na imprevisibilidade. Cada decisão tem consequências — algumas óbvias, outras nem tanto. Você sente o peso do que faz, e isso transforma cada jogada em uma história. E quando você erra (e vai errar, eu garanto), o jogo te dá aquele olhar de “eu avisei”.
E o mais louco? Mesmo com as reviravoltas frustrantes e as derrotas acachapantes, terminei a partida querendo mais. É como se o jogo dissesse: “Você achou que tinha entendido tudo? Tenta de novo. Prometo que vai ser diferente.”
Conclusão: Vale a Pena Jogar John Company?
Se você está procurando um jogo para reunir amigos e criar histórias memoráveis, John Company: Second Edition é uma escolha excelente. Mas esteja avisado: este não é um jogo para quem busca diversão casual. Ele exige tempo, dedicação e, acima de tudo, disposição para abraçar a imprevisibilidade e o caos.
Afinal, John Company não é apenas sobre ganhar ou perder. É sobre a jornada — cheia de negociações, intrigas e decisões morais que deixarão marcas em você.
Então, o que você está esperando? Reúna seu grupo, prepare-se para o desafio e mergulhe nesta obra-prima de Cole Wehrle.

Olá, eu sou Pedro Henrique Schunz e tenho uma profunda conexão com os jogos de tabuleiro. Desde nossos primeiros encontros com clássicos familiares até as noites emocionantes de partidas estratégicas com amigos, cada dado lançado e cada carta virada moldaram nossa experiência única. Crescemos com os jogos, aprendemos com eles e, ao longo do caminho, construímos memórias inesquecíveis.