Endeavor: Mar Profundo – Review Completo do Jogo de Tabuleiro Estratégico de 2025 - Mundo Tabuleiro

Endeavor: Mar Profundo – Review Completo do Jogo de Tabuleiro Estratégico de 2025

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Eu confesso: quando ouvi falar de Endeavor: Mar Profundo, pensei que fosse mais uma daquelas continuações mornas, que pegam carona no sucesso de um jogo original. Afinal, como superar Endeavor: Age of Sail, um clássico consolidado no meio dos jogos de estratégia?

Mas aí, numa dessas noites típicas de jogatina com meu grupo de testers (sim, a gente testa jogos religiosamente todas as semanas), resolvemos colocar essa “continuação aquática” na mesa. E foi como mergulhar em um recife de surpresas: cada componente, cada trilha do tabuleiro, cada ação parecia cuidadosamente pensado para não apenas homenagear o original, mas evoluí-lo.

Sabe quando um jogo não apenas te desafia intelectualmente, mas também te envolve emocionalmente? A cada missão, parecia que eu estava realmente liderando um instituto de pesquisa, tomando decisões que poderiam afetar o futuro dos oceanos — e isso vindo de alguém que já jogou de tudo, de Twilight Struggle a On Mars .

A produção caprichada, o foco na sustentabilidade, a experiência solo robusta e as opções de expansão só reforçaram uma coisa: Endeavor: Mar Profundo não é só um ótimo jogo. É uma experiência completa — e ouso dizer, um dos melhores lançamentos de 2024. Neste review completo, vou te mostrar por que ele merece um espaço de destaque na sua coleção.

Uma Produção Impecável com Propósito: Quando a Forma Encontra a Função

Vamos começar com o óbvio: a primeira coisa que salta aos olhos ao abrir Endeavor: Mar Profundo é o nível de cuidado com a produção. E não digo isso só como um aficionado por componentes bonitos — falo como alguém que já cansou de ver eurogames brilharem na mecânica e falharem miseravelmente no apelo visual e temático.

A arte, assinada por Fahed Alrajil, é simplesmente linda. Os tiles das zonas oceânicas são uma aula de ambientação visual — e não é só enfeite, viu? Eles ajudam na imersão e funcionam bem com as mecânicas do jogo. Cada detalhe do tabuleiro, das cartas e dos componentes em madeira serigrafada parece gritar: “Você está mesmo no fundo do mar, pesquisador!”

Agora, aqui vai um detalhe que me pegou de surpresa e mostra como os editores Burnt Island Games e Grand Gamers Guild realmente se superaram: tudo, absolutamente tudo, é feito com materiais sustentáveis. Embalagem livre de plástico, divisórias de papel, insert inteligente… Eles realmente praticam o que pregam. Como alguém que acompanha o mercado de board games há mais de 15 anos, posso te dizer que isso ainda é raro — e muito bem-vindo.

Ah, e prepare a mesa! Porque sim, ele ocupa bastante espaço. Mas sinceramente? Não incomoda. Parece até simbólico. Afinal, estamos falando de um jogo sobre explorar o oceano, e o oceano é vasto. A dimensão da mesa aqui é parte da experiência.

Mas mais do que visual, tudo isso se traduz em funcionalidade. Os insertos ajudam no setup, as peças têm excelente manuseio, e a organização da caixa facilita até para os mais caóticos (eu incluso). Isso torna o jogo ideal para quem curte cuidar da coleção com carinho — e odeia perder meia hora só organizando o tabuleiro.

Se você é daqueles que valoriza tanto o conteúdo quanto a apresentação — como eu —, saiba que em Endeavor: Mar Profundo, a forma e a função nadam juntas. E nadam muito bem.

Exploração Estratégica com Rejogabilidade Incrível

Se tem uma coisa que me fisga num jogo de tabuleiro é a sensação de estar diante de um verdadeiro quebra-cabeça estratégico — daqueles que você termina já pensando no que faria diferente na próxima partida. E Endeavor: Mar Profundo entrega isso com maestria, sem ser punitivo ou excessivamente complexo.

A espinha dorsal do jogo é a seleção de ações e o avanço pelas trilhas do tabuleiro individual de cada jogador. São quatro trilhas principais, cada uma ligada a uma ação: contratar especialistas, ganhar discos de ação, liberar espaços de ação já usados e mover embarcações pelo tabuleiro. Parece simples? Pois é aí que entra o charme.

A genialidade está em como essas trilhas se entrelaçam. Em uma partida, percebi que estava avançando rápido demais na trilha de especialistas — ganhava cientistas incríveis — mas mal conseguia usá-los porque minha trilha de discos estava defasada. Resultado: mão cheia, mas sem poder de ação. Uma lição aprendida da forma mais dolorosa — e divertida.

Cada decisão tem peso. Posicionar um disco num local bloqueia aquela ação até que ele seja liberado. Avançar numa trilha traz benefícios, mas negligenciar outra pode comprometer sua rodada inteira. É um verdadeiro jogo de equilíbrio, onde o timing importa tanto quanto a escolha das ações.

Além disso, há as missões — uma sacada fantástica do design. São oito no jogo base (e mais duas na versão Kickstarter), e cada uma muda a configuração, os objetivos e até algumas regras. Isso dá uma rejogabilidade absurda. Nenhuma partida parece igual à outra. Algumas missões te incentivam a publicar artigos científicos, outras exigem mais exploração, e outras forçam você a conservar regiões específicas do oceano.

Essa modularidade mantém o jogo fresco. Aqui em casa, jogamos seis vezes em sequência com missões diferentes, e em todas as partidas ouvimos a clássica frase: “vamos de novo?”. Se você é fã de Terraforming Mars, Scythe ou Gaia Project, vai se sentir em casa com a complexidade estratégica e a vontade de voltar pra mesa.

Modos de Jogo para Todos os Gostos (inclusive Solo!)

Uma das maiores surpresas que tive com Endeavor: Deep Sea foi a quantidade — e qualidade — dos modos de jogo. A maioria dos euros mais elaborados funciona melhor em 3 ou 4 jogadores e acaba capengando no modo solo ou com grupos maiores. Aqui, não. Aqui, parece que cada modo foi projetado com o mesmo cuidado que o tabuleiro central.

Começando pelo modo competitivo, que é o coração do jogo. Nele, de 1 a 5 jogadores competem para cumprir missões, pontuar com eficiência e gerenciar seus recursos. O ritmo é fluido, com rodadas bem distribuídas, e mesmo em 4 ou 5 pessoas, não há tempo morto. Jogar com cinco aqui é prazeroso — e isso é raro. A interação entre os jogadores é indireta, mas intensa, principalmente na corrida pelas melhores áreas oceânicas e nos espaços limitados de algumas ações.

Agora, vamos falar do modo solo, que me surpreendeu positivamente. Eu sempre fico com um pé atrás quando um jogo promete solo “robusto”, mas entrega um sistema travado. Aqui não. O solo é tenso, desafiador e bem implementado. Você monta um deck com três cartas de objetivo e quatro de contratempo, que ditam as metas e os obstáculos. Isso cria um jogo com narrativa própria — algo que adoro. E se estiver muito difícil (e estará!), dá pra modular a dificuldade, ignorando os contratempos. Admito: fiz isso depois de perder duas vezes seguidas.

E ainda tem o modo cooperativo , que eu ainda não testei com meu grupo, mas já estudei as regras. A proposta é trabalhar juntos para preservar o oceano e alcançar objetivos comuns. Para quem curte jogos como Pandemic ou The Crew , é uma forma sensacional de curtir Endeavor com um clima de colaboração e estratégia coletiva.

Pra completar, há as mini-expansões da versão Kickstarter — destaque para a Underwave Academy, que adiciona emblemas de treinamento para seus especialistas, e a Orca Reintroduction, com orcas de madeira fofíssimas e novas mecânicas de conservação. São toques sutis que enriquecem ainda mais a experiência sem complicar o jogo.

Resumindo? Endeavor: Mar Profundo é versátil como poucos. Seja você um lobo solitário do tabuleiro ou um anfitrião de grandes noites de jogo, ele vai te entregar uma experiência à altura.

Vale a Pena Ter Endeavor: Mar Profundo na Coleção?

Depois de tantas partidas, testes em diferentes modos e aquela análise minuciosa que só quem joga compulsivamente consegue fazer, posso dizer com tranquilidade: Endeavor: Mar Profundo é um dos jogos mais completos e surpreendentes que chegaram à minha estante nos últimos anos.

Ele entrega tudo que um eurogame moderno precisa ter: decisões significativas, rejogabilidade alta, mecânicas inteligentes, curva de aprendizado amigável e produção caprichada. Mas vai além. Ele tem alma. O tema da exploração oceânica e da conservação ambiental não está ali apenas como pano de fundo — ele transborda em cada escolha que você faz no jogo. Você sente que está fazendo parte de algo maior, mesmo em uma partida competitiva.

Outro ponto que não posso deixar de destacar: Endeavor é acessível, mas não simplista. Sua complexidade moderada (2.88/5 no BGG) o torna uma ótima opção para quem quer dar um passo além nos jogos estratégicos sem cair em planilhas mentais ou regras labirínticas. É ideal tanto para grupos mais experientes quanto para quem está subindo o nível das jogatinas.

Ah, e se você já é fã do Endeavor: Age of Sail, vai se sentir em casa com as mecânicas familiares, mas com um frescor temático e mecânico que faz valer o upgrade.

Por tudo isso — a profundidade estratégica, a modularidade das missões, os modos solo e cooperativo bem construídos e o compromisso com a sustentabilidade —, minha resposta é clara: sim, Endeavor: Mar Profundo merece um lugar de destaque na sua coleção.

Prepare-se para mergulhar em decisões intensas, paisagens marinhas de tirar o fôlego e uma experiência que, honestamente, vai te deixar com vontade de proteger o oceano de verdade.

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