Se tem uma coisa que me fascina nos jogos de tabuleiro é quando eles não são apenas mecânicas bem ajustadas, mas também contam histórias marcantes. Molly House é exatamente isso. Ele não é só um jogo de blefe e dedução – é um retrato brutal da realidade vivida por indivíduos queer na Londres do século XVIII.
Neste review, eu vou te contar tudo sobre esse jogo: como ele funciona, para quem ele é indicado e por que você precisa conhecê-lo.
O Que é Molly House?
Molly House é um jogo de tabuleiro semi-cooperativo, onde os jogadores assumem o papel das mollies – indivíduos queer que, naquela época, buscavam espaços seguros para viver sua identidade em meio a uma sociedade opressiva.
Durante a partida, você e os outros jogadores tentarão realizar festas secretas, chamados de festivities, enquanto evitam os olhares atentos dos constables (guardas que representam a repressão). Mas cuidado: pode haver informantes entre vocês!
O jogo equilibra mecânicas de gestão de cartas, blefe e push-your-luck (arriscar a sorte), criando uma experiência tensa e imprevisível.
Arte e Produção: Um Visual de Época
A arte de Molly House é refinada e clássica, com um estilo que remete à elegância e à seriedade do período retratado. Se você já jogou John Company (edição mais recente), vai notar uma semelhança no tom artístico.
As ilustrações e as escolhas de cores dão ao jogo um ar sofisticado, sem perder a clareza visual necessária para uma boa jogabilidade. O tabuleiro e os componentes são bem projetados, mantendo tudo organizado sem parecer poluído.
Como Jogar Molly House?
Molly House não é um jogo difícil de aprender, mas suas decisões são pesadas. Aqui está um resumo das principais mecânicas:
- Cartas de Vício: Os jogadores usam cartas para realizar ações, como indulge (se entregar aos prazeres da festa) ou lay low (ficar na defensiva para evitar problemas).
- Festividades: As festas podem trazer alegria, mas também risco – dependendo de quem aparece nelas.
- Traição e Informantes: Em alguns momentos, um jogador pode ser forçado a se tornar um informante da sociedade repressora, tentando sabotar os outros sem ser descoberto.
- Dilema Final: Se a comunidade não gerar felicidade suficiente, o jogo pode terminar com todos perdendo ou com um informante vencendo.
O grande diferencial aqui é a tensão constante: a qualquer momento, o jogo pode virar completamente, e a traição se torna uma ferramenta estratégica.
O Jogo é Brutal – e Isso é Intencional
Se você espera um jogo leve e descontraído, prepare-se para a surpresa. Molly House não celebra a cultura queer de forma festiva – ele retrata os desafios reais da época. Ser pego significava prisão ou até mesmo execução.
Isso se reflete na jogabilidade: você pode estar indo bem e, de repente, perder tudo em uma reviravolta cruel. Algumas partidas terminam sem nenhum vencedor. É frustrante? Sim. Mas é exatamente essa frustração que torna o jogo tão impactante.
Se você gosta de jogos onde decisões difíceis e dilemas morais fazem parte da experiência, Molly House pode ser um dos jogos mais memoráveis que você jogará.
Número de Jogadores: Melhor em 3 ou 4?
Molly House funciona bem com 2 jogadores, mas a experiência brilha mesmo em grupos de 3 a 4. Com mais jogadores, a imprevisibilidade aumenta, e as festividades se tornam ainda mais caóticas.
- 2 Jogadores: Mais controle, menos caos.
- 3-4 Jogadores: Mais blefe, mais traição e mais tensão.
Se você gosta de jogos onde alianças temporárias se desfazem no momento certo, recomendo fortemente jogar com pelo menos 3 pessoas.
Vale a Pena Jogar Molly House?
Se você gosta de jogos com uma pegada histórica forte, dilemas morais e mecânicas que incentivam decisões difíceis, Molly House é obrigatório.
✅ Pontos Positivos:
✔ Mecânica única de semi-cooperação e traição.
✔ Tema impactante e historicamente relevante.
✔ Arte e produção de alta qualidade.
❌ Pontos Negativos:
❌ Pode ser frustrante para quem não gosta de perder de forma abrupta.
❌ O tema pode não agradar a todos.
Se você procura um jogo desafiador, imersivo e brutalmente realista, Molly House é uma experiência que vale cada partida. Mas esteja preparado: este não é um jogo de vitória fácil.
Nota: 9,5/10 – Um jogo intenso, temático e inesquecível.
O que achou de Molly House? Já jogou ou ficou curioso para experimentar? Conta aí nos comentários!
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Olá, eu sou Pedro Henrique Schunz e tenho uma profunda conexão com os jogos de tabuleiro. Desde nossos primeiros encontros com clássicos familiares até as noites emocionantes de partidas estratégicas com amigos, cada dado lançado e cada carta virada moldaram nossa experiência única. Crescemos com os jogos, aprendemos com eles e, ao longo do caminho, construímos memórias inesquecíveis.