COMO FAZER UM JOGO DE TABULEIRO: GUIA COMPLETO E SIMPLIFICADO

como criar jogos de tabuleiro

Se a experiencia de jogar um jogo de tabuleiro já é fascinante, imagine poder criar um jogo de tabuleiro do inicio ao fim, com seu próprio universo particular. Pode parecer um desafio impossível e você pode estar pensando “como fazer um jogo de tabuleiro”. Mas eu te garanto: é mais simples do que você imagina, e sem sombra de dúvidas é uma experiencia inesquecível.

Quando comecei a criar meu primeiro jogo, também tinha um monte de dúvidas e inseguranças. Pensava: “Será que consigo fazer algo legal? Será que as pessoas vão gostar?”  “Não acho que tenho criatividade para isso”. Mas olha, essa jornada me ensinou algo valioso.

Sabe, mais do que regras e peças, fazer um jogo é como contar uma história que ganha vida na mesa. É como criar um universo onde todos são protagonistas. Eu queria algo que mexesse com a imaginação, que fizesse as pessoas se conectarem de um jeito especial.

Sei que às vezes parece complicado, mas acredite, é incrível ver as peças tomando forma e as ideias se transformando em diversão. E a melhor parte? Ver as expressões de alegria, o brilho nos olhos de quem joga. É mágico!

Então, se você está pensando em criar seu próprio jogo, não se preocupe se as ideias parecem meio bagunçadas no começo. É assim mesmo! A jornada é cheia de aprendizados e descobertas. E sabe de uma coisa? Estou aqui para te mostrar que é possível, para te ajudar a superar esses desafios e transformar suas ideias em um jogo incrível que vai encantar todo mundo à sua volta.

Decidi fazer esse guia completo para compartilhar minhas pesquisas e experiencias na criação de jogos de tabuleiro. Eu pesquisei muito, testei várias coisas, vi muitos vídeos, e tudo o que eu queria naquela época era encontrar um guia como esse pela web.

Por isso, resolvi compartilhar todos os meus segredos com vocês ! Alegria boa é alegria compartilhada, não é

Continue lendo e você vai aprender todos os passos essenciais para se criar um jogo de tabuleiro, desde a concepção de ideias, mecânica do jogo, regras, até a parte prática da criação. Fiquei empolgado demais em criar esse guia, espero que você crie vários universos por ai e compartilhe diversão com quem você ama.

Desmitificando o processo: é mesmo possível criar um jogo de tabuleiro?

Antes de começarmos nosso passo a passo quero desmitificar alguns mitos e objeções que aparecem quando a gente decide criar um jogo de tabuleiro.

Eu mesmo já pensei e questionei todos esses pontos e isso me paralisou por um bom tempo. Por isso, vamos começar nossa jornada de criação de jogos de tabuleiro por esses pontos.

“É complexo demais. Não tenho conhecimento técnico”

Sabe, a complexidade técnica parece um daqueles muros enormes no início. Criar um jogo de tabuleiro pode até parecer uma missão impossível, especialmente se não tiver experiência nisso. Mas olha só, existem tantos recursos hoje em dia que podem transformar esse “impossível” em algo viável. Com tutoriais online e ferramentas de prototipagem que simplificam tudo, a gente pode começar de mansinho, dando passinhos pequenos e ir evoluindo conforme aprendemos.

“Não tenho dinheiro para investir em materiais”

A questão do dinheiro é sempre um ponto que nos faz pensar duas vezes, né? Desenvolver um jogo de tabuleiro pode soar como algo caríssimo, especialmente quando pensamos em protótipos, materiais e produção. Mas olha que legal, existem jeitos espertos de contornar isso. Por exemplo, começar com protótipos simples, usando materiais mais acessíveis e buscar feedback antes de gastar horrores. E tem mais, hoje em dia, tem plataformas de financiamento coletivo que são um tremendo empurrão pra realizar esses projetos.

“Não tenho tempo suficiente”

O tempo é um daqueles recursos preciosos, concorda? E eu sei, a vida já tá uma correria danada. Mas olha, criar um jogo de tabuleiro pode ser algo gradual. Não precisa ser um tranco que te consome por completo. A gente pode ir caminhando passo a passo, ajustando conforme o tempo que você tem disponível. É sobre avançar de forma constante, mesmo que aos poucos.

“ E se não der certo? E se ninguém gostar?”

Esse medo é bem real, afinal a gente está acostumado com jogos incríveis que já estão no mercado. Além disso, ninguém quer investir um monte de energia e amor em algo que não é reconhecido ou bem recebido, né? Mas olha só, o fracasso faz parte da jornada de aprendizagem. É tipo assim, é dos tombos que a gente aprende e melhora. E olha que interessante, até um feedback inicialmente negativo pode ser transformador. Ele ajuda a lapidar o jogo, deixando ele mais atraente pra quem vai jogar.

Pensa no seu jogo preferido. Aquele que você é fascinado com o tema, a inteligência da mecânica, o designer. Ele só é o que é depois de inúmeros testes e pequenos fracassos. Um bom jogo não surge do nada. Boas ideias demoram, dão trabalhado. Mas eu posso te garantir que a conclusão desse processo é imensamente gratificante.

A chave mesmo pra superar essas barreiras todas é dar aquele primeiro passo, começar a explorar e experimentar. É uma jornada cheia de desafios, mas a empolgação de criar algo que vem lá do coração pode ser mega recompensadora.

Como fazer um jogo de tabuleiro: Passo a Passo

Como fazer um jogo de tabuleiro

Resumidamente, o processo é esse aqui:

1. Crie um conceito para o jogo: Explore diversas ideias e escolha aquela que mais te cativa.

2. Estruture as regras e a mecânica do jogo: Comece com regras simples e amplie à medida que o jogo evolui.

3. Crie protótipos simples usando papel e cartolina.

4. Teste Extensivamente: Teste o jogo repetidamente com diferentes grupos de pessoas.

5. Iteração e Aperfeiçoamento: Utilize feedback para aprimorar o jogo, revisando regras, mecânicas e componentes.

6. Criando o Produto Final : Desenvolva um visual atraente para o jogo, escolha os materiais e mão na massa.

7. Decisão de Publicação: Considere opções de publicação, seja por conta própria ou por meio de editoras.

PRIMEIRO PASSO: CONCEITUAÇÃO E IDEAÇÃO

Projetando o Jogo: criando um conceito

1. Encontre Inspiração

Eu sei. Você também não se considera criativo o suficiente para começar um jogo do zero. Mas criatividade é um exercício que pode ser praticado. No livro “Roube Como Um Artista”, Austin Kleon oferece ótimas estratégias para inspiração criativa.

Vou resumir algumas dicas adaptadas aqui para você:

  • Jogue Diversos Jogos: Explore diferentes tipos de jogos de tabuleiro, de clássicos a contemporâneos. Analise seus mecanismos, temas, e como eles cativam os jogadores.
  • Identifique Lacunas: Procure por temas ou mecânicas pouco explorados, buscando inovação e novos públicos.
  • Combine ideias existentes: Não tenha medo de pegar elementos de diferentes jogos e combiná-los de maneira única. Pense em como você pode adaptar mecânicas já existentes para criar algo inovador.
  • Inspiração Além dos Jogos: Explore outras formas de arte e cultura para encontrar novas perspectivas e inspirações. Filmes, desenhos, músicas, programas de TV. Vale de tudo.
  • Brainstorming e anotações: Reserve um tempo para fazer um brainstorming livre. Anote todas as ideias que surgirem, sem filtro inicial. Posteriormente, você pode filtrar e aprimorar as melhores.
  • Restrições criativas: Às vezes, impor limitações pode estimular a criatividade. Por exemplo, defina restrições de tempo, de materiais ou até mesmo regras específicas para o jogo.
  • Mantenha um diário de ideias: Tenha um caderno ou aplicativo para registrar suas ideias constantemente. Muitas vezes, a inspiração pode surgir de experiências do dia a dia.

O segredo da criatividade é: se inspirar no que já existe e adicionar sua própria visão e criatividade para criar algo único e cativante. E fique atento: as boas ideias podem aparecem em momentos inesperados, quando você está relaxado, tomando banho, caminhando ou até mesmo antes de dormir. Por isso, esteja aberto a elas, e tenha sempre um caderno ou um app no celular para anotar quando uma delas pipocar de repente por ai.

Voe na Imaginação: Permita-se explorar conceitos improváveis e misturar gêneros para criar algo único. Autojulgamento não é permitido nesse processo hem.

2. SELECIONE IDEIAS

Organização e Categorização: Agrupe ideias por mecânicas, objetivos ou temas similares.

Avalie e Refine: Escolha uma ideia que seja interessante, viável e desperte sua paixão, permitindo sua evolução.

Importância do Tema: Defina um tema cativante que guiará objetivos e mecânicas, inspirando o envolvimento o dos jogadores.

Tipos Temáticos Comuns: Abstrato, Gênero (Aventura, Mistério), Baseado em Conhecimento, Família, Construção, Históricos, Científicos, Fantasia Quebra-Cabeças, RPG, etc.

Exemplos de Temas Populares

1. Clue: Investigação de mistérios à la Agatha Christie, influenciando mecânicas de busca e eliminação.

2. Gunslinger: Inspirado no Velho Oeste, focado em duelos e interações estratégicas.

3. Capes and Cowls: Super-heróis em planejamento estratégico com referências a equipes famosas.

4. Pirate’s Cove: Aventura pirata com exploração e busca por tesouros.

O tema do jogo é um aspecto crucial. Você pode se inspirar em jogos existentes, criar sua própria narrativa ou buscar inspiração em diferentes fontes, como filmes, desenhos ou séries.

Escolha um tema e crie uma história. Fica bem mais fácil pensar na dinâmica e mecânica do jogo a partir de uma história com cenário, personagens, narrativas, etc.

Como criar um tema ? Alguns exemplos

Exemplo 1: Que tal criar um jogo de tabuleiro baseado em eventos históricos, mas com uma reviravolta inesperada? Pegue um evento conhecido e mude completamente seu curso, desafiando os jogadores a reescrever a história.

Por exemplo, imagine um jogo baseado na Revolução Francesa, mas em vez de seguir o caminho histórico conhecido, os jogadores têm a oportunidade de mudar os acontecimentos. E se a realeza tivesse adotado uma estratégia diferente para lidar com os problemas sociais? Ou se um evento crucial tivesse ocorrido de maneira totalmente diferente?

Os jogadores poderiam assumir papéis-chave, como líderes políticos, figuras históricas ou mesmo cidadãos comuns, e teriam que tomar decisões estratégicas para mudar o rumo dos acontecimentos, considerando as repercussões de suas escolhas.

Essa abordagem inusitada oferece uma experiência única ao combinar elementos históricos com um elemento de “e se…”, desafiando os jogadores a explorar e criar narrativas alternativas, enquanto ainda mantém uma base histórica reconhecível.

Exemplo 2: Que tal um jogo de tabuleiro inspirado na rotina diária de um astronauta no espaço?

como criar um jogo de tabuleiro

Neste jogo, os jogadores assumem o papel de astronautas que precisam realizar tarefas diárias e resolver desafios enquanto estão em uma estação espacial. O objetivo é manter a estação funcionando sem problemas enquanto lidam com situações inesperadas e imprevistos.

Cada jogador teria uma “rotina diária” representada por cartas ou peças, incluindo tarefas como manutenção de equipamentos, realização de experimentos científicos, exercícios físicos, comunicação com a Terra, entre outras atividades. O desafio seria equilibrar o tempo e os recursos para completar as tarefas de forma eficiente.

Além disso, eventos imprevistos poderiam ser introduzidos, como avarias na estação, emergências médicas, contatos com vida extraterrestre (fictícios, é claro) ou mesmo situações mais cotidianas, como lidar com a solidão e o isolamento.

Os jogadores teriam que tomar decisões estratégicas, priorizar tarefas e colaborar para superar os desafios, tudo isso enquanto lidam com a pressão do ambiente espacial. Essa abordagem inusitada mistura elementos de simulação, estratégia e narrativa, oferecendo uma experiência imersiva e educativa sobre a vida no espaço.

Exemplo 3: Que tal um jogo de tabuleiro que simula a criação de uma civilização em um ambiente hostil, inspirado em condições extremas encontradas na Terra?

Neste jogo, os jogadores seriam responsáveis por liderar um grupo de sobreviventes em um ambiente desafiador, como o deserto, o Ártico, uma floresta tropical ou mesmo um planeta alienígena. O objetivo seria construir uma civilização e garantir a sobrevivência do grupo.

Cada ambiente teria desafios únicos, como escassez de recursos, condições climáticas adversas, ameaças naturais ou até mesmo criaturas perigosas. Os jogadores teriam que tomar decisões estratégicas sobre onde construir abrigos, como obter alimentos, coletar recursos, enfrentar ameaças e expandir sua civilização.

Além dos desafios naturais, eventos imprevisíveis, como desastres naturais, surtos de doenças, migração de animais perigosos ou até mesmo encontros com outras civilizações, poderiam ser incluídos para adicionar complexidade e imprevisibilidade ao jogo.

Os jogadores teriam que equilibrar o crescimento da civilização com a preservação dos recursos naturais, a gestão do grupo de sobreviventes e a defesa contra ameaças externas. Essa abordagem ofereceria uma experiência desafiadora e estratégica, com a necessidade de tomar decisões cuidadosas para garantir a sobrevivência e o sucesso da civilização.

SEGUNDO PASSO: DEFININDO A MECANICA E AS REGRAS

1. Pensando na mecânica

A mecânica de um jogo de tabuleiro são as regras, sistemas e interações que definem como o jogo funciona. É o conjunto de ações, decisões e processos que os jogadores realizam durante o jogo. As mecânicas formam a espinha dorsal do jogo, determinando como os jogadores interagem entre si e com os componentes do jogo. Aqui estão alguns exemplos de mecânicas comuns:

  • Movimento de Peças: Mecânica que envolve mover peças pelo tabuleiro de acordo com regras específicas, como dados, cartas ou escolhas estratégicas.
  • Construção/Desenvolvimento: Os jogadores constroem algo ao longo do jogo, como cidades, civilizações ou fazendas, acumulando recursos e expandindo.
  • Seleção de Ações: Os jogadores têm um conjunto limitado de ações que podem realizar em cada turno e devem escolher sabiamente quais usar.
  • Alocação de Recursos: Gerenciamento e uso eficiente de recursos limitados, como dinheiro, tempo, trabalhadores, entre outros.
  • Negociação e Troca: Os jogadores podem negociar uns com os outros, trocar recursos ou fazer acordos para benefício mútuo.
  • Jogos de Cartas: Uso de cartas para influenciar o jogo, seja na estratégia, no combate, na progressão da narrativa, etc.
  • Eliminação de Jogadores: Alguns jogos eliminam jogadores à medida que avançam, geralmente com um vencedor final.
  • Cooperativo vs. Competitivo: Jogos podem ter mecânicas cooperativas, onde os jogadores trabalham juntos para alcançar um objetivo, ou competitivas, onde competem diretamente uns com os outros.
  • Role-Playing: Algumas mecânicas permitem que os jogadores assumam papéis específicos e interajam com uma narrativa ou história no jogo.
  • Geração Aleatória de Eventos: Mecânicas que introduzem elementos de sorte no jogo, como jogar dados, virar cartas de eventos aleatórios, entre outros.

Cada jogo de tabuleiro combina diferentes mecânicas para criar uma experiência única. A diversidade e a combinação inteligente dessas mecânicas são fundamentais para a jogabilidade, a estratégia e a diversão que um jogo pode proporcionar.

2. Regras

Idade dos Jogadores e Limites

Decida a faixa etária dos jogadores para determinar a complexidade do jogo. Estabeleça limites de jogadores, tempo e tamanho para garantir uma experiência equilibrada.

Decida quantos jogadores participarão, a idade mínima recomendada, o objetivo final, o sistema de pontuação e quem será o vencedor. Anote todas essas ideias e refine-as em um manual para o jogo.

Condições de Vitória

Pense nas condições de vitória do jogo. Pode ser uma corrida até o fim, acumulação de pontos ou até mesmo um objetivo cooperativo.

Regras Básicas

Escreva um conjunto básico de regras. Mesmo que mude no decorrer do desenvolvimento, isso te permitirá começar os testes rapidamente.

Escrever regras claras e concisas é essencial para garantir que os jogadores entendam e aproveitem seu jogo de tabuleiro. Aqui estão algumas dicas para criar regras eficazes:

  1. Comece com uma Visão Geral: Inicie as regras com uma introdução que descreva o objetivo do jogo, o tema e o que os jogadores devem esperar.
  2. Organização Clara: Divida as regras em seções distintas, como Preparação, Objetivo do Jogo, Mecânicas, Turnos dos Jogadores, Fim do Jogo, etc. Use títulos e subtítulos para facilitar a navegação.
  3. Passo a Passo: Descreva o jogo em ordem cronológica, desde a preparação até o fim, detalhando cada etapa e decisão que os jogadores precisam tomar.
  4. Use Linguagem Simples e Direta: Evite termos complicados ou jargões desnecessários. Use uma linguagem clara e acessível para que os jogadores possam entender facilmente.
  5. Exemplos e Ilustrações: Inclua exemplos para esclarecer as regras mais complexas. Diagramas, imagens e ilustrações podem ser úteis para explicar componentes, configurações e movimentos.
  6. Destaque as Regras Fundamentais: Identifique as regras essenciais que os jogadores precisam saber imediatamente. Use negrito, itálico ou destaque para enfatizar informações cruciais.
  7. Regras Especiais e Exceções: Se houver regras especiais ou exceções, destaque-as claramente. Certifique-se de que os jogadores entendam quando e como essas regras se aplicam.
  8. Teste e Revisão: Teste as regras com pessoas diferentes para garantir que sejam compreensíveis. Revise-as várias vezes para eliminar ambiguidades e erros.
  9. Resumo Rápido: Forneça um resumo ou guia de referência rápida no final das regras para que os jogadores possam consultá-lo facilmente durante o jogo.
  10. FAQ ou Perguntas Frequentes: Considere incluir um seção de perguntas frequentes para abordar dúvidas comuns que possam surgir durante o jogo.

Escrever regras claras é crucial para uma boa experiência de jogo. Quanto mais precisas e compreensíveis forem suas regras, mais fácil será para os jogadores aprenderem e se envolverem com o jogo.

TERCEIRO PASSO: PROTOTIPAGEM

1. Fazendo um Protótipo

Um protótipo é uma versão inicial, simplificada e muitas vezes não finalizada de um produto ou projeto. No contexto dos jogos de tabuleiro, um protótipo é uma representação básica e funcional do jogo que permite testar suas mecânicas, regras e componentes.

Um protótipo de jogo de tabuleiro pode ser criado com materiais simples, como papel, cartolina, peças de outros jogos, marcadores, dados e cartas improvisadas. Ele não precisa ser visualmente bonito ou ter todos os elementos gráficos definitivos, mas deve ser funcional o suficiente para permitir que os jogadores entendam as regras básicas e experimentem a jogabilidade.

  • Rascunhe o Design do Tabuleiro

Desenhe um esboço do seu tabuleiro para ter uma ideia do tamanho e estrutura. Inclua elementos como caminhos, campos de jogo e posições específicas.

  • Crie Peças Protótipo

Botões, fichas, ou peças de jogos antigos podem ser usados como protótipos. Mantenha as peças simples para facilitar ajustes futuros.

  • Utilize Cartas para Variação

Cartas adicionam variação ao jogo. Elas podem contar histórias rápidas ou criar desafios, enriquecendo a experiência.

QUARTO PASSO: TESTE, teste e teste

1. Teste Individual

Jogue o protótipo sozinho várias vezes para identificar falhas e estratégias de vitória.

2. Teste em Grupo

Reúna amigos ou familiares para testar o jogo. Observe atentamente o envolvimento e compreensão das regras.

3. Diversifique os Testadores

Inclua diferentes pessoas para ter uma visão mais ampla do jogo. A idade e perspectivas diferentes revelarão aspectos variados.

Quinto passo: APERFEIÇOAMENTO

Após a criação do protótipo inicial do jogo de tabuleiro, o processo de aprimoramento é essencial para torná-lo mais envolvente, equilibrado e divertido. A iteração constante baseada no feedback dos playtests é fundamental para evoluir o jogo. Aqui estão os passos cruciais nesse processo:

  1. Realização de Playtests: Organize sessões regulares de playtest com diferentes grupos de jogadores. Observe atentamente suas reações, anote feedbacks e observe como eles interagem com as regras e mecânicas.
  2. Coleta e Análise de Feedback: Escute ativamente os jogadores. Identifique padrões nos comentários, observações sobre pontos fortes e fracos, e quais partes do jogo geram mais diversão ou frustração.
  3. Revisão de Mecânicas e Regras: Com base no feedback recebido, revise as mecânicas que não estão funcionando bem ou que geram confusão. Simplifique regras complexas e ajuste as mecânicas desequilibradas para garantir uma jogabilidade mais fluida e equilibrada.
  4. Testes de Novas Ideias: Experimente novas mecânicas ou ajustes nas regras que possam melhorar a experiência de jogo. Introduza essas mudanças nos próximos playtests para avaliar seu impacto.
  5. Iteração Gradual: Não tente mudar tudo de uma vez. Faça ajustes graduais para não sobrecarregar os jogadores com muitas mudanças de uma só vez. Isso permite uma melhor compreensão do impacto de cada alteração.
  6. Melhoria dos Componentes: Avalie a qualidade e a utilidade dos componentes do jogo, como peças, cartas e tabuleiros. Se necessário, faça ajustes visuais e funcionais para melhorar a experiência dos jogadores.
  7. Testes Finais e Polimento: Realize testes finais após as iterações para garantir que as mudanças implementadas tenham alcançado os resultados desejados. Polir os detalhes finais é crucial para a apresentação final do jogo.
  8. Feedback Contínuo: Mesmo após o lançamento, esteja aberto ao feedback dos jogadores. Isso permite atualizações pós-lançamento para corrigir problemas não identificados anteriormente.

O processo de iteração e aperfeiçoamento é contínuo e crucial para criar um jogo de tabuleiro de alta qualidade. A colaboração com jogadores e a disposição para ajustar e melhorar constantemente são os pilares para alcançar um produto final bem-sucedido e envolvente.

Sexto passo: Criando o Produto Final

1.Design e Desenvolvimento

Layout, Acessórios e Regras

  • Estrutura do Tabuleiro: Determine a configuração do tabuleiro para criar a experiência desejada.
  • Componentes do Jogo: Defina peças, cartas e outros elementos para complementar a jogabilidade.
  • Elaboração de Regras: Você já pensou na mecânica do jogo, agora é só refinar as regras e criar um pequeno manual.
  • Condições de Vitória: Estabeleça os critérios para ganhar o jogo.

2. Escolha dos Materiais

O jogo já está pronto. Agora é só selecionar os materiais definitivos. Cartolina, papelão, EVA ou madeira podem ser opções para o tabuleiro. Para cartas e peças, materiais como papel mais grosso, madeira, ou até papel machê podem ser utilizados. Explore decorações para um visual impressionante.

  • Lista de Materiais

Faça uma lista dos materiais necessários para a versão final do jogo, considerando tabuleiro, peças e cartas.

  • Ilustre o Tabuleiro

Deixe sua criatividade fluir ao decorar o tabuleiro, tornando-o atrativo e fácil de compreender.

  • Produza as Peças

Desenhe ou imprima imagens para as peças do jogo. Dê preferência a materiais de boa qualidade para um acabamento profissional.

  • Componentes Adicionais

Dados, spinners e cartas podem ser criados de forma artesanal, garantindo uma experiência única.

BôNUS :

Como usar a tecnologia para criar jogos de tabuleiro?

1. Software de Prototipagem: Existem softwares específicos projetados para ajudar na prototipagem de jogos de tabuleiro. Eles permitem criar e testar as mecânicas, tabuleiros, cartas e peças virtualmente. Exemplos incluem Tabletop Simulator, Tabletopia e Roll20.

2. Aplicativos de Design de Jogos: Alguns aplicativos oferecem recursos para criar esboços de mecânicas de jogo, diagramas de fluxo, árvores de decisão e outros elementos-chave. Ferramentas como Trello, Lucidchart e Miro são úteis nesse sentido.

3. Plataformas de Teste de Jogos: Há plataformas online onde é possível submeter protótipos de jogos para serem testados por uma comunidade de jogadores. Isso oferece feedback valioso sobre as mecânicas do jogo. Sites como Tabletopia e Tabletop Simulator permitem isso.

4. Ferramentas de Simulação e Modelagem: Algumas ferramentas de modelagem 3D ou simulação permitem criar modelos virtuais de peças e componentes do jogo, auxiliando na visualização e no refinamento das mecânicas.

5. Editores de Jogos de Tabuleiro: Alguns softwares específicos permitem criar jogos de tabuleiro digitalmente, auxiliando na implementação e na visualização das mecânicas. Exemplos incluem Board Game Designer e Tabletopia.

6. Comunidades Online:  Além das ferramentas, participar de fóruns, grupos e comunidades online dedicadas ao design de jogos de tabuleiro pode oferecer insights valiosos, compartilhamento de experiências e feedback sobre as mecânicas que você está desenvolvendo.

Essas ferramentas podem facilitar muito o processo de criação de mecânicas de jogos de tabuleiro, permitindo que os designers experimentem, testem e refinem suas ideias antes de criar protótipos físicos ou implementações finais.

Sétimo a ultimo passo: Decisão de Publicação

Com o jogo pronto e testado, por que não pensar em publicar ele para que outras pessoas tenham acesso ¿ Pode ser mais fácil do que você imagina.  Aqui estão pontos-chave a considerar ao decidir como apresentar seu jogo ao público:

1. Publicação Independente (Self-Publishing): Optar por essa abordagem dá controle total sobre o processo. Você gerencia design, produção e distribuição. Pode ser mais trabalhoso, mas oferece liberdade criativa e controle sobre lucros.

2. Editoras de Jogos de Tabuleiro: Muitas editoras procuram novos jogos para publicar. Ao assinar com uma, você pode obter apoio na produção, marketing e distribuição em troca de uma porcentagem dos lucros e, por vezes, concessões criativas.

3. Pesquisa de Editoras: Explore editoras que têm histórico com jogos semelhantes ao seu. Entenda suas políticas de submissão, como funcionam os royalties e se alinham com sua visão para o jogo.

4. Custos e Lucros: Calcule os custos de produção, embalagem e envio para decidir qual abordagem é mais rentável. Com a publicação independente, você recebe os lucros diretamente, enquanto com as editoras, os royalties variam.

5. Suporte e Recursos: Considere o suporte oferecido pelas editoras. Além da produção, algumas oferecem assistência no desenvolvimento do jogo, marketing, presença em convenções e alcance global.

6. Alcance de Mercado: Editoras estabelecidas têm redes de distribuição consolidadas, o que pode significar mais alcance. No entanto, com uma estratégia de publicação independente sólida, é possível alcançar sucesso por conta própria.

7. Visão a Longo Prazo: Pense no futuro do seu jogo. Uma editora pode ser uma opção inicial para entrar no mercado, enquanto a publicação independente pode ser uma rota mais lucrativa a longo prazo, especialmente se planeja lançar sequências ou expansões.

Ao considerar essas opções, avalie suas prioridades e objetivos para o jogo. Cada caminho tem suas vantagens e desafios. O importante é escolher o que se alinha melhor com sua visão, recursos disponíveis e estratégia para levar seu jogo ao público de forma bem-sucedida.

Bom, eu resumi aqui os principais pontos da minha pesquisa e das dicas que deram certo pra mim. Salva esse artigo porque eventualmente vou atualizar todas os passo a passo a medida que for testando mais jogos. Também vou colocar aqui dicas que vocês forem compartilhando.

Agora você não tem mais desculpas: mão na massa! Eu to ansioso para jogar seu jogo !

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